Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada 
Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as 
buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso 
vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez 
criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha 
de olhos verdes?
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome 
é ES-PE-RAN-ÇA...
Mário Quintana
